Uma exposição sobre as línguas faladas hoje pelos povos indígenas do Brasil estreou nesta quinta-feira (14) no Hall Ségur da sede da UNESCO, em Paris. A mostra foi originalmente montada no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e ficará na capital francesa até o próximo dia 26.
O período em cartaz coincide com o encontro do Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, do qual o Brasil faz parte. Em 2022, aliás, a UNESCO proclamou a Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032).
De acordo com o museu brasileiro, Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação “busca mostrar outros pontos de vista sobre os territórios materiais e imateriais” das tribos. Os expositores ressaltam que “cada língua veicula formas de expressar e compreender a existência humana”.
As palavras “Nhe’ẽ” e “Porã” vêm da língua Guarani Mbya. O povo está presente em oito estados: Espírito Santo, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Além disso, há registros do grupo indígena na Argentina e no Paraguai.
Exposição conta com versão online
Cerca de 50 profissionais indígenas, entre cineastas, pesquisadores, artistas e influenciadores digitais. A curadoria é da artista, ativista e conselheira nacional de cultura Daiara Tukano, enquanto Luciana Storto, doutora em Linguística pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) presta consultoria especial.
Desde janeiro deste ano, a exposição ganhou uma versão virtual gratuita. Dessa forma, pessoas de várias partes do Brasil e do mundo podem acompanhá-la. Segundo o Museu da Língua Portuguesa, é possível ver as obras, ouvir os sons ambientes, as instalações audiovisuais, os vídeos e áudios. O acesso está disponível neste link.
Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação tem uma lógica circular, isto é, não existe uma ordem exata para seguir o conteúdo. O importante é passear pelas diferenças linguísticas, entendo a história de cada povo.