O Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado anualmente em 2 de abril, destaca a importância de compreender e apoiar pessoas com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Com o avanço da medicina, agora é possível lidar com o distúrbio usando diferentes abordagens, incluindo com a ajuda da música.
Através das práticas da musicoterapia, é possível ganhar benefícios terapêuticos que ajudam em casos gerais e específicos de TEA. Entre as principais vantagens para ambos, é possível desenvolver habilidades comunicativas e sociais, conforme explica a profissional da área Elisa Köhler, em entrevista ao portal G1:
“A música atua diretamente no sistema límbico, responsável pelo processamento das emoções, na formação de memórias e na motivação. A área cerebral que envolve a fala é diferente da emocional, por isso a criança pode se expressar musicalmente mesmo que não fale“.
Pacientes falantes e não falantes
Sobre o tratamento para pessoas autistas não falantes, o processo envolve barulhos do cotidiano, com objetivo de estimular o paciente. A fonoaudióloga e musicoterapeuta Vanessa Lira Vieira, explicou (via Capital SP):
“É realizado um trabalhado com elementos musicais que lembram a vida intrauterina, como, por exemplo, sons de chocalho (elemento água), afoxé, calimba, pau-d- chuva, sons de gotas d’água, entre outros. Todo o protocolo de tratamento é realizado de acordo com o momento sonoro musical que o paciente encontra-se”.
Para indivíduos com TEA oralizados, a abordagem é outra, ainda segundo Vieira: “Observamos nesses pacientes as palavras isoladas, descontextualizadas. Identificamos disfunção para criar vínculo terapêutico. Os profissionais se apropriam desses sons, imitam os pacientes para criar uma conexão, abrindo um de canal de comunicação. Esse tratamento possibilita que o paciente autista se torne mais ativo, mais atento e melhore sua forma de se expressar”.
Benefícios nos níveis de estresse e ansiedade
Ainda, o uso da música como meio de tratamento e acompanhamento pessoal para pessoas com autismo pode impactar diretamente nas emoções, bem como outros transtornos psicológicos, incluindo o estresse, ansiedade e depressão.
Uma pesquisa de 2022 elaborada pela musicoterapeuta e música Dorita S. Berger, “a presença de uma pulsação regular e previsível é o componente musical principal para explicar o prazer que a pessoa com TEA sente com a música, criando-se assim um estímulo ambiental não ameaçador ou aversivo“. Dessa forma, os pacientes se sentem mais confortáveis e menos tensos para encarar situações e adversidades do dia a dia.
