Dia Mundial de Combate à Poliomielite: o quadro atual no Brasil e no mundo

Em 24 de outubro, é lembrado o Dia Mundial de Combate à Poliomielite. Também chamada de parasilia infantil, a doença causou problemas duradouros na população global. Em 1952, por exemplo, uma epidemia matou cerca de 3 mil pessoas e deixou outras 21 mil com sequelas nos Estados Unidos.

Hoje, porém, apenas dois países do planeta estão em situação endêmica para doença, ou seja, com grande concentração de casos: Paquistão e Afeganistão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, foram detectados 23 casos do poliovírus selvagem em solo afegão e 39 no paquistanês neste ano.

Alguns países africanos também registram diagnósticos positivos ocasionalmente. A OMS e seus parceiros, como o Rotary Internacional e a Fundação Bill e Melinda Gates, têm como meta a erradicação da pólio até 2026.

A redução de 99,9% dos casos só foi possível graças a um esforço mundial que começou em 1988, pautado em vacinação e outras ações. A vacina injetável e a famosa “gotinha” ajudaram a salvar e proteger milhões de vidas. No Brasil, um símbolo colaborou para o sucesso vacinal, o “Zé Gotinha”, criado pelo artista plástico Darlan Rosa para a campanha de 1986.

A vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), o nome formal da “gotinha”, cumpriu o seu papel e cairá em desuso no país. A mudança, cujo prazo de implementação vai até 4 de novembro, ocorre, porque novos estudos mostraram maior segurança no uso exclusivo da vacina inativada poliomielite (VIP), injetável.

Como era a vacinação infantil por idade: 2 meses (VIP), 4 meses (VIP), 6 meses (VIP), 15 meses (reforço VOPb) e 4 anos (reforço VOPb). Como será: 2 meses (VIP), 4 meses (VIP), 6 meses (VIP) e 15 meses (reforço VIP). Pais e responsáveis devem se atentar ao calendário.

Erradicação no Brasil em risco?

O Brasil não identifica casos de poliomielite desde 1989 e ganhou o certificado de erradicação em 1994. O risco de reintrodução foi aceso por conta da queda nas taxas de vacinação a partir de 2016. Na pandemia de covid-19, o índice piorou como consequência do isolamento social e da propagação de desinformação sobre vacinas.

A cobertura melhorou na passagem de 2022 para 2023, conforme dados do Ministério da Saúde. No entanto, continua longe da meta de 95% para crianças de até 4 anos (veja gráfico abaixo). Um último relatório sobre o combate à doença, divulgado em setembro, revelou risco alto ou muito alto em 68% dos 5570 municípios brasileiros. Outros 24% estão sob risco médio de ocorrência da enfermidade e apenas 8% com baixo risco.

Um resumo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre o que é a poliomielite: “é uma doença infecto-contagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado poliovírus. Embora ocorra com maior frequência em menores de cinco anos, também pode infectar adultos. A doença pode provocar desde sintomas como os de um resfriado comum a problemas graves no sistema nervoso, como paralisia irreversível, principalmente em crianças. A poliomielite é transmitida, geralmente, através da boca, a partir do contato direto com fezes contaminadas ou por água e alimentos contaminados por essas fezes.”

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