Na mesma semana que a Academia Brasileira de Letras elegeu o escritor e professor amazonense Milton Hatoum para a cadeira número 6, o patrono do 5º assento da ABL, Bernardo Guimarães, teve lembrado seu bicentenário.
O romancista e poeta, autor de 17 livros, nasceu em 15 de agosto de 1825 na cidade mineira de Ouro Preto, onde também viria a falecer. Sua obra mais conhecida é “A Escrava Isaura”, lançada em 1875, num contexto de pressões pelo fim da escravidão no Brasil.
Naquele momento, já haviam sido aprovadas a Lei Eusébio de Queirós (1850), que proibiu o tráfico negreiro, e a Lei do Ventre Livre (1871), que libertava definitivamente todos os filhos de escravizados quando completassem 21 anos.
O romance de caráter abolicionista trouxe a história de uma escravizada branca, Isaura, que tinha a promessa de ser libertada pela sua senhora. Entretanto, Leôncio, filho e herdeiro da família, que nutria uma paixão doentia por Isaura, não tinha essa pretensão. Ela, então, foge.
O livro de Bernardo Guimarães foi transformado em telenovela de sucesso internacional pelas mãos do roteirista Gilberto Braga (1945-2021) e o diretor Herval Rossano (1935-2007) na TV Globo. Lucélia Santos interpretou Isaura e Rubens de Falco (1931-2008), Leôncio.

A produção, criticada por romantizar as relações entre donos e cativos, foi exibida no canal entre 11 de outubro de 1976 e 5 de fevereiro de 1977.
Gilberto Braga fez adaptaçoes por conta própria e outros ajustes por imposição da ditadura militar. Segundo a emissora carioca, a novela foi vendida para mais de 120 países.
No começo dos anos 2000, entre outubro de 2004 e abril de 2005, o livro ganhou outra versão em novela na TV Record, criada por Tiago Santiago e novamente dirigida por Herval Rossano.


