O poeta e produtor cultural Sérgio Vaz está trabalhando em uma peça de teatro com expectativa de estreia no segundo semestre de 2024. O novo projeto foi revelado pelo escritor, ainda que ligeiramente, durante um bate-papo nesta quarta-feira (20), no Sesc 14 Bis, região central de São Paulo.
Vaz participou da série de conversas “Os livros que me acompanham”, que teve mediação da jornalista Gabriela Mayer. Durante o encontro, o criador do Sarau da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia) mencionou que estava se concentrando “em um espetáculo” com o ator e diretor de teatro Sidney Santiago Kuanza, um dos fundadores da companhia “Os Crespos”.
Instado a falar mais no Sesc, Sérgio Vaz deu poucos detalhes, mas disse que o tema da peça são os 35 anos da própria poesia. O marco foi atingido no ano passado e se refere à publicação do primeiro livro do poeta e cronista “Subindo a ladeira mora a noite”, em 1988. Depois, vieram mais oito, sendo o último em 2023, chamado “Flores da batalha”.
O escritor acrescentou que será “difícil se interpretar”. No entanto, admitiu que gosta de se ler: “eu faço um trampo da hora”. A reportagem da Alpha FM buscou mais informações sobre a futura peça com Sidney Santiago, que vai dirigir o projeto, em entrevista exclusiva (veja abaixo).
Aliás, esta não será a primeira vez de Sérgio Vaz no teatro. Em 2009, junto do escritor Reginaldo Ferreira da Silva, mais conhecido como Ferréz, e atores do grupo Clari, ele atuou em “Pedras não falam, mas quebram vidraças”. A apresentação fazia parte do projeto “A(u)tores em Cena”, do Itaú Cultural.
Entrevista exclusiva com Sidney Santiago Kuanza
Sobre o que é o espetáculo?
É um espetáculo celebrativo aos 35 anos da poesia do Sérgio Vaz. É para refletir aspectos da intimidade do poeta, públicos e privados, e da criação da obra dele. Está em construção. Estamos em obras.
Qual será o formato?
A ideia é que seja um monológo com o Sérgio no papel de performar.
O Sérgio mencionou que era para o segundo semestre, certo?
Temos um interesse que seja nesse período e a gente vai lutar para que consiga.
Você já tinha trabalho com o Sérgio Vaz?
Nunca tinha feito algo com o Sérgio. Ele é uma referência para todos da minha geração, na luta pelo acesso à cultura, contra retrocessos. Este será o nosso primeiro projeto artístico juntos.
Ele que te chamou, como foi esse contato?
Já tem um tempo que a gente tenta se achar. Ele veio com esse convite que eu achei muito honroso. Estamos nesse processo de estudo, de compreensão da obra dele para fazer algo que seja bonito e esteja à altura desse grande artista e ativista.
Extra: entre janeiro e fevereiro, Kuanza recebeu elogios da crítica pela atuação em “A Solidão Do Feio”, sobre o escritor Lima Barreto, que também dirigiu, junto de Gabi Costa. A peça já acabou no Sesc Pinheiros, contudo, deve voltar a entrar em cartaz em breve, segundo ele.