Você sabia que Eunice Paiva, figura importante na luta contra a ditadura militar, representada no filme de Walter Salles “Ainda Estou Aqui” e Sting, músico que ganhou notoriedade na banda The Police, tem algo inusitado em comum? Isto é, Eunice e Sting foram figuras importantes na luta pelos direitos indígenas no Brasil nos anos 80 e 90.
Primordialmente, Paiva era uma liderança indígena, conhecida por sua luta em defesa dos direitos dos povos originários do Brasil. Assim, a advogada foi uma das figuras proeminentes do direito originário. A profissional foi uma das únicas especialistas na área durante os anos 80 e 90, se destacando na luta pela preservação das terras nativas, a garantia de direitos territoriais e a preservação cultural dos povos originários.
Em 1987, foi uma das figuras que estabeleceram o Instituto de Antropologia e Meio Ambiente (IAMA), uma organização não governamental atuante na proteção e independência dos povos indígenas.
Analogamente, o músico Sting, notável por seu ativismo, tem uma longa história de apoio a causas ambientais e indígenas, especialmente no Brasil. Isto é, o britânico se envolveu com questões ambientais e direitos territoriais indígenas, incluindo a defesa da Amazônia, sendo um aliado importante de movimentos como o do cacique Raoni Metuktire, da etnia Kayapó, que luta contra o desmatamento na Amazônia.
Sting e Metuktire se conheceram em 1987, pouco depois o músico e sua esposa, Trudie Styler, co-fundaram a Rainforest Foundation. Sobretudo, o projeto foi uma resposta ao pedido do líder indígena que requeria ajuda para a proteção geográfica e cultural de sua comunidade.
Sobre “Ainda Estou Aqui”
“Ainda Estou Aqui” marca a volta de Salles ao cinema, sendo seu primeiro longa ficcional em 12 anos. Com ele, estão parceiras de longo prazo como Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.
A película é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva. Em síntese, o autor discorre em quase 300 páginas, suas memórias, primordialmente, em relação à sua mãe, Eunice Paiva.
A protagonista da história, Eunice, foi personagem importante na luta da democracia no período da Ditadura Militar brasileira, especialmente após a prisão e desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, em 1971.
No filme, Fernanda Torres vive a matriarca da família Paiva, e dessa forma, traz à luz a sua luta por justiça após a perda do marido, como advogada e mãe de cinco filhos. Analogamente, Fernanda Montenegro, mãe de Torres, interpreta Paiva já na velhice, com diagnóstico de Alzheimer.
Confira o trailer:
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