Nesta quinta-feira (16), o filme homônimo sobre Maria Callas, soprano greco-americana conhecida pela técnica lírica delimitada como bel-canto, estreia em cinemas de todo o Brasil. No entanto, a pergunta que fica é: o longa de Pablo Larrain é uma cinebiografia sobre a cantora?
A resposta é: não de forma comum.
É fundamental destacar que o longa-metragem não é uma cinebiografia convencional e linear. Em resumo, desde os primeiros minutos do filme, fica evidente o propósito do filme: dramatizar os últimos dias de vida de Callas como uma crônica cinematográfica, com um tom elegante e poético.
Os episódios que exploram o passado de Maria são apresentados através de flashbacks, filmados em preto e branco. Os dias finais da artista são ilustrados entre seus dois opostos psicológicos; um retrata uma mulher agarrando-se ao controle e à liberdade que jamais teve em sua vida, enquanto o outro representa a consciência que ela possui de seu estado mental debilitado, totalmente controlado por medicamentos hipnóticos e sedativos.
Assim, o espectador mergulha nos dias anteriores à morte de Callas, adentrando não só na realidade que a envolve, mas também nas suas “visões” irreais e enfermas.
Larrain também investiga a ligação de Callas com as únicas pessoas à sua volta, sua governanta (Alba Rohrwacher) e seu mordomo (Pierfrancesco Favino), que é afetuosa e complexa, demonstrando a diferença entre a relação patrão-empregado e uma amizade quase fraterna entre os personagens.
E claro, pode-se esperar um grande desempenho de Angelina Jolie, que está sendo cotada para o Oscar por seu desempenho no filme.
“Jolie, cuja combinação de talento artístico e estrelato maior que a vida a torna a única atriz que poderia interpretar esse papel atualmente – é luminosa”, escreveu o New York Post sobre a performance de Angelina em “Maria Callas”.
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