Comemorando a sua 12ª edição, o Best of Blues & Rock 2025 começou, oficialmente, neste sábado (7), no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Além dos shows que movimentaram multidões, o evento ainda ofereceu uma coletiva de imprensa com duas das principais atrações deste primeiro final de semana, Richard Ashcroft, ex-vocalista do The Verve, e Dave Matthews. Ambos os astros se apresentaram na abertura do festival e repetirão a dose neste domingo (8).
Embora os cantores não tenham chegado a dividir os holofotes, eles ainda separaram um pouco do seu tempo para responder a algumas perguntas.
Abaixo, confira os destaques:
Bem-humorado, Dave Matthews fala sobre culinária e música brasileira e revela opinião sobre IA
Embora seja a última atração da noite, foi Dave Matthews quem iniciou a sequência de entrevistas. Entre perguntas e resposta, o vocalista fez questão de exaltar o cenário musical brasileiro:
“É comum para vocês, mas no resto do mundo é uma música muito única e emocionante. Espero que mais pessoas possam ouvir o que acontece por aqui. A música aqui é diferente de todos os lugares do mundo.”
Para comprovar seu amor pelo Brasil, Dave inclusive prometeu que traria um amigo músico para o palco do Best of Blues. A promessa, aliás, foi cumprida com a participação do gaitista Gabriel Grossi.
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Ainda falando do país, ele mencionou algumas das comidas que já provou por aqui, e, em um tom bem-humorado, ressaltou o pão de queijo. “Não coloquem tanto pão de queijo no começo”, brincou. “Toda vez que eu termino de comer um pão de queijo, eles trazem mais. Eu disse: ‘parem com essa coisa de pão de queijo, vão com calma”, brincou.
Matthews foi questionado sobre o uso da inteligência artificial na música. Em resposta, o cantor afirmou que “a indústria musical tem problemas maiores”, e continuou:
“Mas é curioso, certo? Podemos pedir ao nosso computador para fazer uma música pop e ele vai fazer isso instantaneamente. É como mágica, mesmo que seja uma besteira. Com sorte, nós ainda poderemos apontar a diferença a comunicação entre humanos e a comunicação artificial. Espero que eu ainda possa fazer músicas que um computador não ache interessante.”
O dono de “Crash into Me” ainda improvisou uma melodia na hora e disse, em tom de brincadeira: “[Inteligência artificial] Faça isso!”
Richard Ashcroft homenageia ícones brasileiros e exalta público da América do Sul
Em clima leve, assim como Dave Matthews, Richard Ashcroft recebeu as perguntas da imprensa neste sábado (7), pouco menos de duas horas antes de subir no palco. Durante o bate-papo, a voz de “Bitter Sweet Symphony” dedicou um momento para relembrar grande ícones da cultura brasileira, em especial do esporte. O britânico relembrou fenômenos como Zico e Ayrton Senna.
Aliás, Ashcroft se mostrou ser um grande fã dos esportistas, ao cita-los durante seu show no Best of Blues e, especialmente, ao usar uma camisa em homenagem a Senna durante o concerto. Veja abaixo:
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Na coletiva, o astro ainda falou sobre sua percepção da relação do Brasil com a música e o futebol, e como isso o influenciou:
“[O Brasil] É um dos países que combina a música com o futebol. […] É o mesmo no Reino Unido, na Argentina, no México. Em um dia chuvoso, em algum lugar na Inglaterra, ver um futebol brasileiro, jogadores jogando em um dia ensolarado, trazendo aquela energia e amor ao jogo, era inspirador. Por isso mencionei pessoas como o Zico, essas pessoas eram como ídolos para nós. Quando jogávamos futebol na rua, todos nós queríamos ser brasileiros. Esse desejo pela grandeza, por ser um artista, nos campos e no palco. […] É único, é o que me faz estar animado por estar aqui.”
Em resposta à Rádio Alpha FM, Richard também falou sobre as expectativas em relação ao seu 1º show em solo brasileiro, que aconteceu neste sábado (7). Ele ainda aproveitou o embalo para exaltar o público da América do Sul:
“O público sul-americano, posso estar generalizando, mas eles são os melhores. Eu sinto que, às vezes, os lugares em que vivemos, onde a luta pela vida e a dificuldade aumenta essa vontade de aproveitar o momento, as partes boas da vida, e, por isso, as plateias no Brasil se entregam mais, porque esses momentos são especiais. Do lado de fora tem muitas coisas acontecendo. Tem beleza lá fora, tem muita beleza, mas as coisas também podem ser difíceis. É a mesma coisa no Reino Unido, quando você toca em Glasgow. Tem a mesma paixão lá. O mesmo acontece na Itália, mas principalmente aqui, parece que é uma coisa diferente.”