Em show de 3h, Laura Pausini renova brasilidade e causas sociais

Os fãs estavam com saudade. Afinal, a cantora Laura Pausini, a mais brasileira das italianas, não colocava os pés por aqui desde agosto de 2018. A espera, enfim, terminou, na noite deste sábado (2), na primeira de duas apresentações no Espaço Unimed, em São Paulo, ambas com ingressos esgotados. A outra será neste domingo (3).

Talvez, dois shows sejam pouco para tanta gente. A reportagem da Alpha FM conversou com pessoas que vieram de várias partes do Brasil, como Salvador, Recife, Rio de Janeiro e interior de São Paulo.

Mas o hiato de mais de cinco anos foi recompensado pela artista com um show de aproximadamente 3h00 de duração. Azar de quem precisava ir embora de Metrô, que encerrou as atividades às 1h00. Se é que isso importou. Sorte de taxistas e motoristas de aplicativo que lotaram a região.

Em turnê mundial para celebrar os 30 anos de carreira, Laura Pausini fez uma viagem pela própria trajetória, lembrando sucessos dos anos 1990 e outros mais recentes. Cantou muito, mais de 30 músicas, com a voz potente, digna de quem já ganhou tantas premiações e homenagens, como de “Personalidade do Ano”, em novembro passado, no Grammy Latino.

Além de cantar, Pausini também conversou bastante com o público. Interações quentes, reagindo a gritos e olhando nos olhos. Tudo em português claro. Quando não sabia alguma palavra, pedia ajuda aos fãs e era prontamente atendida. Até se desculpou por falar demais e justificou: “saudade dos brasileirinhos meus”. Abraçou e desfilou com a bandeira do Brasil e até evocou o último hit do Carnaval, “Macetando”, da amiga Ivete Sangalo.

As causas de Laura Pausini

No começo da apresentação, Laura Pausini disse que compartilharia momentos de sua vida privada. Em seguida, cantou “Celeste”, música lançada em 2011, quando cultivava a ideia de ser mãe. A filha Paola viria em 2013. Enquanto cantava e tocava o piano, o telão do palco mostrava imagens das duas.

No discurso inaugural, a artista de 49 anos adiantou ainda que traria ao espetáculo assuntos que não sabia “se todos concordam”. A cantora italiana é reconhecida pelo engajamento em projetos de caridade e outras causas sociais. Em uma das performances, os bailarinos abriram uma bandeira LGBT+, ao que Laura exclamou: “somos todos iguais”. Mais adiante, um vídeo no telão, narrado por ela, denunciava a destruição do meio ambiente.

Entretanto, o momento mais marcante da noite aconteceu, quando a cantora trouxe à tona o tema da violência de gênero. O telão exibiu gravações das vozes de duas mulheres, uma relatando agressões. Na sequência, Laura Pausini se juntou a duas bailarinas e estendeu o braço com a palma da mão direita aberta, explicando que aquele era o gesto internacional para se pedir ajuda. A cena recebeu alongados aplausos do público.

Destaques do setlist

As conhecidas faixas “La solitudine” (1993) e “Strani Amori” (1994), que você ouve na programação da Alpha FM, ficaram para o fim. Na canção surpresa, escolhida pela artista todo show, “Seamisai” (1996), que ganhou uma versão com Gilberto Gil. O público delirou com “Incancellabile” (1996), cantada em português como na regravação de Sandy & Junior.

Por fim, o cantor e compositor brasileiro Tiago Iorc, a quem Pausini demonstrou grande carinho, subiu aos palcos para cantar “Durar”, lançada pelos dois no fim do ano passado. A versão em italiano “Durare” foi uma das primeiras interpretadas pela cantora na noite, o que levantou dúvidas sobre o esperado dueto com Iorc.

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