Recentemente, a Esfera, em Las Vegas, tem sediado uma série de apresentações de grandes nomes da música. De U2 e Eagles até os Backstreet Boys, a arena esférica conquista cada vez mais artistas e fãs – até o Metallica já demonstrou interesse em se apresentar por lá.
No entanto, parece que uma icônica banda de rock irá na contramão dessa tendência. Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, revelou que a casa de shows está de fora dos planos do grupo e até falou que a experiência seria “desconfortável” para os músicos.
Em entrevista ao programa Trunk Nation with Eddie Trunk, na última quinta-feira (14), ele disse:
“O Maiden tem a ver com a relação entre a banda e o público, e o show, embora seja um espetáculo, é um complemento do que fazemos. A Esfera, pelo que eu entendi — quer dizer, eu entendo o que você está dizendo sobre ser algo imersivo, que é isso, aquilo e mais alguma coisa — mas acho que a banda se sentiria muito desconfortável com essa ideia.”
“Quer dizer, a gente faz muita coisa — corre pra lá e pra cá, se movimenta — e na Esfera, qual é o sentido?”, Dickinson continuou. “Na verdade, qual é o sentido de até estar lá, se você é uma banda?”
Empresário do Iron Maiden destaca dois shows realizados no Brasil entre os mais importantes da banda
Enquanto algumas apresentações ficam de fora do radar do Iron Maiden, outras entram na história da banda.
Rod Smallwood, empresário de longa data do Iron Maiden, recebeu um convite da tradicional revista Classic Rock para elencar os 10 shows mais importantes da história da banda, que está em atividade desde 1975. Dentre as apresentações escolhidas, estiveram duas performances realizadas no Brasil.
Como destacado pelo Whiplash, a primeira mencionada foi a estreia no país durante a edição inaugural do Rock in Rio em janeiro de 1985. O profissional justificou:
“Como um show único, o impacto do Rock In Rio foi monumental. Não tínhamos absolutamente nenhum histórico na América do Sul antes disso. Tocamos antes do Queen, e o público foi estimado em 300 mil pessoas – mas poderia ter sido mais. E foi transmitido ao vivo pela TV. Não apenas no Brasil, mas em toda a América do Sul. O som no palco estava bem ruim. Bruce [Dickinson] ficou tão frustrado que chutou alguns dos monitores. E foi aí que ele acabou batendo a cabeça em um amplificador de guitarra e se cortou. O sangue escorria pelo rosto dele […]. A visão do rosto ensanguentado do Bruce causou um impacto enorme. Depois desse único show, passamos a tocar para, no mínimo, 40 mil pessoas por noite na América do Sul – para sempre, efetivamente. Então, foi um dos shows mais importantes que já fizemos.”
Já o segundo espetáculo em território nacional citado foi o ocorrido no Sambódromo de Manaus em 2009 pelo seguinte motivo:
“Foi a primeira turnê com o avião, o [Boeing] 707. E o show em Manaus foi um ótimo exemplo de como, com o avião, conseguimos chegar a partes do mundo onde simplesmente não iríamos de outra forma, por conta do alto custo de transporte e outras despesas. O Maiden sempre levou todo o seu show para qualquer lugar. É algo que sempre fizemos. Não achamos justo que os fãs em Santiago ou Melbourne não recebam o mesmo show que em Londres ou Paris, mas isso significa que, às vezes, os custos são proibitivos. Manaus fica ao pé dos Andes, no extremo oeste da Amazônia, e tivemos 25 mil pessoas lá para ver o show. Como eu disse antes, sempre quis que o Maiden fosse uma banda de sucesso internacional. E que maneira melhor de provar isso do que tocar para 25 mil pessoas no meio da porra da floresta amazônica.”
Vale ressaltar que a Donzela de Ferro sempre inclui o Brasil em seus itinerários. Basicamente, o grupo já passou por aqui em 1985, 1992, 1996, 1998, 2001, 2004, 2008, 2009, 2011, 2013, 2016, 2019, 2022 e 2024.


