Crianças e distanciamento social: como lidar?

Por Vanessa Rabello

Muito se tem falado nos últimos dias sobre o tal distanciamento social. Durante a quarentena para tentar conter a disseminação do Coronavírus, muitas famílias se deparam com escolas fechadas e, consequentemente, crianças em casa precisando de orientações nos estudos EAD (ensino à distância) sem compreender a situação atual do país. É comum, portanto, que pais e mães fiquem confusos em como lidar com a situação nunca vivida e enfrentam a dificuldade de como orientar as crianças neste período.

Segundo a psicóloga Layse Matos de Oliveira, é preciso contextualizar os pequenos das mudanças em suas rotinas. Ela explica que por volta dos 2 anos, as crianças já costumam desenvolver a linguagem, porém, o pensamento é “egocêntrico”, ou seja, voltado para suas vontades e, por isso, possivelmente elas se sintam incomodadas com a quebra de rotina. “Nesse caso, é preciso oferecer estímulos que sejam prazerosos, ou seja, mostrar que ficar em casa pode ser tão prazeroso quanto ir à escola”, afirma. A dica, então, é transformar todas as atividades obrigatórias em um momento de brincar.

Já para crianças a partir dos 6 anos de idade, é possível desenvolver um raciocínio crítico. Para eles é mais fácil abordar o que está acontecendo. “Nessa fase, a criança se sente capaz e até mesmo responsável por buscar soluções para os problemas familiares. Apesar de ainda estarem muito ligadas ao lúdico, podemos aqui unir a lógica racional ao simbólico”, orienta a especialista, que exemplifica que dá para “fazer uso da ideia de super heróis, ensinar às crianças como o vírus se prolifera e qual a nossa forma de combatê-lo.”

Além da presença dos filhos em tempo integral, muitas famílias estão trabalhando em casa no esquema de home office, o que pode tornar ainda mais complicado o dia a dia. “A sugestão aqui é a gestão do tempo, fazer uma programação específica para as crianças alinhada à programação de atividades profissionais da família”, diz Oliveira.

A psicóloga ressalta, ainda, que a rotina de horários é necessária. No caso dos pequenos, não somente quanto a dormir e acordar, mas também com relação à noção de tempo para brincar, estudar, arrumar as coisas, comer etc. “Ao ensinar às crianças quanto ao tempo de cada coisa, você estabelece limites, trabalha a disciplina e ensina a organização de forma prazerosa.”

 

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