Depois de receber nomes como Gilberto Gil e Tom Zé em 2023, o Palco Brasil se destacou mais uma vez na programação do João Rock, em Ribeirão Preto. O sábado (8), porém, começou com uma notícia nada boa para quem curte essa ala do evento.
O cantor e compositor Lulu Santos cancelou no dia sua participação na 21ª edição do festival, depois de sentir um mal-estar e ser internado. Assim, toda a agenda musical de “Lendas VOL.2” foi empurrada duas horas adiante, começando às 17h20. Um “buraco” logo de cara no line-up nunca é bom, mas a espera valeu a pena.
No palco, 14 Bis, Novos Baianos, Ney Matogrosso e Djavan mostraram a grandeza e variedade da “MPB” (Música Popular Brasileira).
14 Bis
Em turnê com o show “Acústico Ao Vivo”, o 14 Bis trouxe o Clube da Esquina para o João Rock. Além das principais canções, a banda mineira cantou Milton Nascimento (“Canção da América”, “Bola de meia, bola de gude”) e Beto Guedes (“O sal da terra”) e agregou parcerias com Lô Borges e a dupla Sá e Guarabyra. Irmão do ex-vocalista Flávio Venturini, o hoje líder do 14 Bis, Cláudio Venturini, acrescentou uma pitada de rock ao show com sua guitarra.
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Novos Baianos
Em seguida, Novos Baianos entregou o que o público queria, faixas de Acabou Chorare (1972), eleito o melhor álbum brasileiro de todos os tempos pela revista Rolling Stone. Baby do Brasil, Paulinho Boca de Cantor, Pepeu Gomes e companhia não deixaram passar o fato de que o disco entrou para mais um ranking.
“Acabou Chorare” foi parar na 51ª posição da lista de maiores da história da revista online americana Paste Magazine. “Isso é graças a essa juventude que ainda quer ouvir Novos Baianos”, bradou Paulinho. Ele pediu palmas aos ex-integrantes Moraes Moreira (1947-2020) e Luiz Galvão (1935-2022), já falecidos. Pepeu Gomes, guitarrista de primeira linha – um dos melhores que o Brasil já produziu – fez o público delirar com solos estonteantes.
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Ney Matogrosso
Na sequência, entrou o rei da interpretação: Ney Matogrosso, em sua fantasia justa e dourada da cabeça aos pés. A reportagem da Alpha FM conversou com um trio de amigos que, para garantir lugar, chegou à área do gradio às 13h. O espetáculo começou às 21h25.
O artista de 82 anos ofereceu o setlist de sua turnê “O Bloco na Rua”, que teve como ponto de partida, claro, a música “Eu quero é botar meu bloco na rua”. Ney Matogrosso cantou ainda “Sangue Latino”, “Poema”, “Yolanda” e tantas outras músicas com destaque para composições de Chico Buarque.
Maria Gadú, uma das atrações do Palco Aquarela, se uniu aos fãs. Bem na frente do palco, em área restrita, a cantora se juntou ao público, emocionada, no coro: “Ney, eu te amo”.
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Djavan
Por fim e enfim, veio ele. Até então, os shows do Palco Brasil haviam atrasado cerca de 5 minutos cada um. O de Djavan atrasou pouco mais de 20, só que no final o cantor fez hora extra. Sorte do público. Djavan estava no ritmo “eu não vou embora” e se apresentou por aproximadamente 1h30.
“É um prazer estar nesse palco pela primeira vez. Quero ver se eu e a banda conseguimos fazer essa noite valer a pena e que esse show seja inesquecível”, disse. A performance começou mais calma no estilo jazz, blues e depois ficou mais animada. Djavan cantou, tocou violão e dançou. Por mais de uma vez, agradeceu os coros de “Eu te amo” dos fãs.
O cantor não decepcionou e empilhou vários sucessos, tais como: “Eu Te Devoro”, “Oceano”, “Flor de Lis”, “Tanta Saudade”, “Se”, “Samurai”, “Sina” e “Lilás”.
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