Dia Mundial da Arte: estruturas em São Paulo com o toque da arquiteta Lina Bo Bardi

O Dia Mundial da Arte é comemorado nesta segunda-feira (15). Uma das manifestações artísticas que, talvez, nos esqueçamos pela agitação do cotidiano é a arquitetura. Mas quem nunca parou para reparar uma construção de formato distinto, seja em seu interior ou exterior?

Claro que essa não é a característica da maioria dos mais de 1,4 milhão de apartamentos que existem em São Paulo, de acordo com o IBGE. É, na verdade, de apenas um ou outro, como o edifício Copan, no Centro Histórico da cidade.

O sinuoso prédio foi projetado na década de 1950 pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) em parceria com o também arquiteto Carlos Alberto Cerqueira Lemos. Este segue vivo e completará 100 anos no dia 2 de junho.

Este texto, porém, focará em outro grande artista, ou melhor, outra grande artista, cujas principais criações se voltaram não à moradia das pessoas, mas à da cultura. Achillina Bo Bardi, mais conhecida como Lina Bo Bardi, nasceu em Roma, na Itália, em 1914. Em 5 de dezembro deste ano, portanto, serão 110 anos do nascimento de Lina, que faleceu em 1992.

A arquiteta e designer mudou-se com o marido Pietro Maria Bardi (1900-1999) para o Brasil em 1946, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Segundo ela, o Brasil foi sua “pátria de escolha”. Por aqui, idealizou conhecidas estruturas, a maioria em São Paulo, que listamos a seguir.

MASP

A mais notável delas, sem sombra de dúvidas, é o Museu de Artes de São Paulo Assis Chateaubriand. Em 1947, “Chatô” (1892-1968) convidou Pietro Bardi para fundar e dirigir a instituição cultural, localizada na Rua 7 de Abril. Coube a ele cuidar do acervo e a ela projetar as instalações. Em 1957, Lina Bo Bardi iniciou o projeto da nova e atual sede do MASP na Avenida Paulista. A conclusão ocorreu em 1968.

Fachada do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP)

Teatro Oficina

O jornal britânico The Guardian já elegeu o teatro como melhor do mundo do ponto de vista arquitetônico. Lina Bo Bardi conduziu a reforma em 1984. O local é a sede da companhia Teatro Oficina Uzyna Uzona, cofundada e dirigida até pouco tempo pelo dramaturgo José Celso Martinez Correa (1937-2023), o “Zé Celso”.

Parte interna do Teatro Oficina, no Bixiga, região central de São Paulo

Sesc Pompeia

O centro cultural da Zona Oeste da capital paulista também entrou na lista de um dos principais jornais do mundo. Um ranking do americano The New York Times colocou essa unidade do Sesc entre as 25 obras mais significativas da arquitetura do pós-guerra. A ítalo-brasileira fez o projeto em 1977. Aliás, antes ali funcionava uma fábrica.

Sesc Pompeia, um dos principais centros culturais da Zona Oeste de São Paulo

Casa de Vidro

Esta já foi a casa de Lina e Pietro no bairro do Morumbi. A arquiteta a projetou em 1951. Desde 1990, porém, ela abriga o Instituto Bardi/Casa de Vidro, fundado pelo casal. Conforme o site oficial, trata-se de uma organização sem fins lucrativos para a produção intelectual no campo da arquitetura, do urbanismo, do design e das artes. É outro lugar que vale a visita neste Dia Mundial da Arte.

Casa de Vidro, antiga residência do casal Bo Bardi, no Morumbi, em São Paulo

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