É hoje! Neste 27 de março, lembramos o Dia Mundial do Teatro, criado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em 1961. Todos os parabéns e agradecimentos vão para atores e atrizes, produtores e produtoras, diretores e diretoras, autores e autoras e, sem dúvida, espectadores e espectadoras.
Apesar de não constar nas tais sete artes (arquitetura, escultura, pintura, música, literatura, dança e cinema), o teatro bebe de várias delas e influencia outras, como a sétima. Pesquisas recentes sugerem, sem tanta precisão de data, que as primeiras peças foram encenadas no Egito Antigo antes mesmo da Grécia Antiga.
Entre os gregos, os registros são de mais de 400 anos antes de Cristo. Por exemplo, “Os Persas”, do dramaturgo Ésquilo (525–456 a.C.), Édipo Rei, de Sófocles (495–406 a.C.), Helena, de Eurípides (480–407 a.C.), e Assembleia das Mulheres, de Aristófanes (448–380 a.C.). A primeira, aliás, é considerada um marco do teatro ocidental, tendo como tema as Guerras Médicas. Lembrou das aulas de história?
Já que voltamos à sala de aula, ficaremos nela. Este texto pretende dar algumas referências para quem quer aprender mais sobre o teatro mundial e nacional. São dicas que servem de introdução, nada que se compare a uma licenciatura em Artes Cênicas, cuja densidade se percebe a um simples olhar sobre a grade curricular. Veja o curso da Escola de Comunicação e Artes, da Universidade de São Paulo (USP), a título de curiosidade.
Iniciação ao teatro mundial
Muito além de Romeu e Julieta ou Hamlet, de William Shakespeare. Uma linha do tempo, um catálogo de referências, uma mostra das tendências, correntes e obras teatrais com críticas e análises. É tudo isto que a dramaturga alemã Margot Berthold (1922-2010) conseguiu reunir em seu livro História Mundial do Teatro.
No campo da literatura dramática, as indicações são os volumes de Mestres do Teatro (1 e 2) do historiador e crítico norte americano John Grassner (1903-1967), outra autoridade no assunto.
Dica extra! Para quem é de São Paulo, vale ficar de olho nos cursos oferecidos pelo Ágora Teatro, do autor, ator e diretor Celso Frateschi.
Iniciação ao teatro nacional
Assim como no cenário internacional, iniciamos pelo panorama histórico. Quem nos ajuda com os primórdios dos espetáculos brasileiros é o crítico teatral, ensaísta e professor Décio de Almeida Prado em História Concisa do Teatro Brasileiro: 1570-1908.
Discípulo de Almeida Prado, o pesquisador João Roberto Faria, livre-docente pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, lançou dois livros: História do Teatro Brasileiro – Vol.1: das origens ao teatro profissional da primeira metade do século XX e História do Teatro Brasileiro – Vol.2: do Modernismo às Tendências Contemporâneas.
Um dos maiores entendedores nos deixou recentemente. O crítico Sábato Malgadi morreu em 2016. Mas, graças à esposa dele, Edla van Steen, 650 artigos e 2000 críticas não se perderam e acabaram no livro: Amor ao Teatro: Sábato Magaldi.
Dica extra! A melhor sugestão, claro, é assistir aos espetáculos que surgem pelo caminho. Também pesquisar obras notáveis. Por último, não menos importante, acompanhar o trabalho de diretores, atores e companhias que fazem acontecer, como Felipe Hirsch, Sidney Santiago e Teatro Oficina, entre outros.